Kelven Igor



Perdido em meu labirinto não me reconheço, nem me defino; pairo no ar como uma dúvida; o “e se” da mente perturbada de alguém. Sou problema complexo; sem solução aparente, já estive prestes a me desvendar, mas me distraí por alguns segundos e resolvi que era hora de mudar. Foram tantas faces, fases, personas e personagens que qualquer pessoa de humanas - como eu - perderia as contas. 

Em minhas várias expedições por este extenso e confuso emaranhado de corredores que me compõe, acabei descobrindo que há um pouco de mim em todas as coisas, mas por outro lado o mais próximo de mim, acaba sendo eu mesmo. Não tenho culhões para ser Ofélia, não me reconheço como Alice e me recuso a ser Coraline. Eu sou Kelven, ora bolas. Sem mundos mágicos, e todo aquele lance fantasioso. É bem verdade que travo embates frequentes com meus monstros, mas quem não? Afinal, toda paz é derivada de uma guerra; muito embora a tal paz também não seja eterna. Esta sempre irá nos conduzir à próxima guerra e acho que essa tem sido mesmo minha intenção: deixar o ponto de equilíbrio e correr para os extremos; ter experiências primeiro e só depois julgar bom ou ruim, até porque estes pobres coitados - bom e ruim - são só mais dois fatores relativos no grande gerador de improbabilidade infinita que é a vida. 

Tenho tentado voar sozinho e ver com meus próprios olhos o que só ouvi falar. E apesar de possuir sonhos de todos os tamanhos, tenho os deixado em segundo plano e priorizado a experiência. Confesso que às vezes me sinto desanimado quando lembro-me disso; até porque os deixei de lado sem nenhum motivo aparente; é como se estivesse à espera de um trem numa estação já desativada.

0 comentários:

Postar um comentário

Coloque cor em nosso espaço! Comente!